Golpistas se dividem entre bater em jornalista e pedir arrego a militares
LEONARDO SAKAMOTO
Os golpistas que se dividiram entre bater nos jornalistas que cobriam o desmonte de seu acampamento em frente a um quartel, em Belo Horizonte, nesta sexta (6), e pedir arrego a militares criaram uma das cenas mais patéticas que você vai ver em 2023.
Frustrados pela fuga do mito para os Estados Unidos e pelo golpe que nunca veio, falaram as linguagens que conhecem bem: a violência e o choro.
Nesta sexta, uma equipe do jornal O Tempo teve o equipamento atingido e foi perseguida e agredida. Na quinta, um fotógrafo do Hoje em Dia recebeu socos, chutes e pauladas, e teve seu equipamento roubado. Um exemplo da tal "liberdade de expressão" que os bolsonaristas tanto exigem. Um dos presentes dizia para quem quisesse ouvir que iria matar quem o retirasse de lá.
Mas se os golpistas de Minas Gerais foram tigrões com jornalistas, continuaram humilhantemente tchutchucas com militares.
Circulam pelas redes vídeos de seguidores do ex-presidente chorando nos portões do Comando da 4ª Região Militar, em Belo Horizonte, implorando aos soldados do Exército para os defenderem da ação da Prefeitura, rezando de joelhos e aos berros para as Forças Armadas impedirem a retirada das tendas golpistas.
Os alemães tem uma palavra para expressar o sentimento de satisfação diante do infortúnio de outra pessoa: "schadenfreude". Precisamos de um similar em português para a satisfação de ver o infortúnio de um golpista. Pois o infortúnio deles significa a sobrevivência da democracia.
UOL