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    sábado, dezembro 03, 2022

    A maior atração desta Copa é o imponderável

     


    Por Bernardo Mello

    há algo em comum entre a Hungria de 1954, a Holanda de 1974, a Dinamarca de 1986 ou a Espanha de 2010: são todas equipes que marcaram época com estilos de jogo inovadores, apresentados ao mundo em Copas nas quais, à exceção dos espanhóis, não se sagraram campeãs.

    Também há semelhanças entre campanhas como as de Camarões e Nigéria dos anos 1990, a Suíça de 2006, a Colômbia de 2014 e a Croácia vice-campeã de 2018: seleções emergentes que conseguiram, com atuações consistentes (e uma pitada de sorte), chegar mais longe do que se esperava.

    Por fim, há algo que une equipes como o Brasil da Copa de 1970, a Argentina de 1986, a Alemanha do 7 a 1 de 2014 e a França de 2018: a reunião de estrelas e a confirmação do favoritismo sem uma única derrota que manchasse a trajetória.

    A Copa do Mundo de 2022 termina sua fase de grupos sem ter nenhuma seleção que se enquadre em qualquer uma dessas três categorias. Não há um time "sensação" no Catar, ao menos não nos moldes com os quais o público e a crítica se acostumaram a se encantar com seleções em Copas.

    A Espanha, que iniciou esta Copa como maior candidata a queridinha da torcida com seus 7 a 0 sobre a Costa Rica, tropeçou numa Alemanha que seria precocemente eliminada, e depois perdeu de virada para o Japão. A mesma seleção japonesa, por sua vez, que derrubou duas gigantes europeias na primeira fase teve, no meio do caminho, uma derrota para a mesma Costa Rica que havia levado sete gols dos espanhóis, e que àquela altura só havia dado um único chute na direção do gol: o que contou com uma falha do goleiro japonês Gonda para entrar.

    Consistência também não foi o forte do Marrocos, que correu riscos em excesso contra Canadá, no jogo que valia a liderança de sua chave. Os marroquinos chegam às oitavas de final com um empate sem gols com a Croácia e uma vitória por 2 a 0 sobre a Bélgica -- este último, um resultado relevante, mas obtido contra uma equipe imersa em problemas dentro e fora de campo.

    Duas das favoritas que despontavam como modelos táticos e técnicos a serem seguidos, Inglaterra e França começaram com goleadas e depois tropeçaram contra ex-colônias, Estados Unidos e Tunísia, respectivamente. Nem o Brasil, que vinha atravessando a fase de grupos como uma das seleções mais ajustadas, passou incólume: com reservas, perdeu de 1 a 0 para Camarões, quebrando sua invencibilidade defensiva, e correu risco de ficar em segundo no grupo.

    Portugal seguiu roteiro semelhante: venceu seus dois primeiros jogos, com alguns sustos, antes de perder de virada para a Coreia do Sul. Terminou a fase de grupos com a mesma pontuação da Argentina, com uma trajetória completamente distinta. Da derrota de virada para a Arábia Saudita, na estreia, os argentinos se reergueram aos trancos e barrancos com vitórias por 2 a 0 sobre México e Polônia, cujos placares não traduzem a carga dramática envolvida até se chegar ao resultado.

    Os sauditas se uniram a Irã, Camarões e, de certo modo, ao Equador no grupo de surpresas frustradas. A seleção iraniana, candidata a sensação da Copa após a vitória épica sobre País de Gales em um contexto marcado por protestos contra o governo do país, endossados pela maioria dos jogadores, caiu diante dos Estados Unidos -- que haviam mostrado limitações contra os galeses na primeira rodada.

    Os camaroneses, após uma reação heroica contra a Sérvia para arrancar um empate por 3 a 3, fizeram sua parte contra o Brasil, mas ainda assim voltam para casa mais cedo. Os equatorianos flertaram com uma vitória sobre a Holanda e com a liderança do Grupo A, antes de serem eliminados por Senegal.

    A longa lista de idas e vindas, de altos e baixos das seleções nesta fase de grupos mostra que, por ora, ninguém foi páreo para a maior atração da Copa do Catar: o imponderável.

    Que o digam o passe "fora" de campo, que na verdade foi dentro, de Mitoma no segundo gol do Japão sobre a Espanha; ou as chances perdidas por Lukaku no empate da Bélgica com a Croácia, que traçaram a linha tênue entre fracasso e sobrevida da famosa "geração belga"; ou ainda o gol sul-coreano em um contra-ataque improvável contra Portugal, eliminando um Uruguai que parecia finalmente ter encontrado sua melhor forma, com Arrascaeta titular.

    No Catar, os momentos mais marcantes da fase de grupos vieram de onde e como menos se esperava, protagonizados por quem aparenta ter pouca ou nenhuma possibilidade de ir mais longe, tampouco deixar uma impressão de longo prazo. O mata-mata, que começa neste sábado com Argentina x Austrália e Holanda x Estados Unidos, pode começar a oferecer outro tipo de lembrança deste Mundial -- o tipo ao qual o mundo do futebol está mais acostumado quando se trata de fases finais de Copa.

    GLOBO

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