“Senhores juízes, nunca mais”
Arnaldo Branco
Quando vi a dica do meu amigo João resolvi dar uma sugestão vinculada. Em uma das cenas do filme que ele resenhou (“Argentina, 1985”) o personagem de Ricardo Darín menciona um fato tragicômico durante o julgamento dos generais: o assassinato de um membro de uma ordem de psiquiatras que tinha a mesma sigla de uma organização política de esquerda.
No Brasil tivemos coisas parecidas, como um mandado de prisão expedido para o autor de uma peça de teatro subversiva: Sófocles, morto no ano 405 a.c. Mas um fato muito triste une nossas Histórias: a ditadura argentina “desapareceu” com Tenório Jr., um extraordinário pianista brasileiro que estava fazendo shows por lá em 1976 e foi confundindo com um guerrilheiro.
Embalo, disco lançado por ele no infame ano de 1964 é um daqueles clássicos da hard bossa, geralmente tocado por trios porque era o que cabia no palco das minúsculas boates do Beco das Garrafas. Mas aqui Tenório é acompanhado por um verdadeiro dream team que incluía feras com Milton Banana e Paulo Moura (meio como dizer que Pelé e Maradona estavam na mesma escalação). Ouça e se dê conta do talento que nos foi tomado.
Nunca mais.
CONFORME SOLICITADO