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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    segunda-feira, agosto 15, 2022

    MAXISMO


     

    SERGIO AUGUSTO

    Maxismo

    Se alguém mais na mídia, além de Ruy Castro, destacou a figura de Max Nunes ao abordar a morte de Jô Soares, meus
    parabéns
    . Porque ninguém foi tão determinante na carreira de Jô quanto o humorista Max Nunes (1922-2014). E ninguém reconheceu mais essa dívida do que o próprio Jô, o maior dos maxistas.
    “Meu padrinho, meu marco, meu mito”, repisou ele na contracapa de Uma Pulga na Camisola, antologia de textos do humorista para rádio, TV e jornal, selecionados por Ruy, lançada pela Cia. das Letras 26 anos atrás.
    Maxista convicto, fiz do “padrinho” de Jô um dos heróis de minha infância. No meu panteão radiofônico, só a dupla da PRK-30, Lauro Borges-Castro Barbosa, dividia o pódio com ele - e com seu cupincha, Haroldo Barbosa.
    Saíram de sua imaginação galhofeira todos aqueles bordões (“Muy amigo”, “Perguntar não ofende”, “Não me comprometa”) consagrados por Jô e que sempre dão um jeito de se adaptar ao cotidiano do Brasil de qualquer época.
    Sua precoce perspicácia foi lapidada em Vila Isabel, onde nasceu e foi vizinho de Noel Rosa. Filho de jornalista, sua casa era um entra e sai de artistas e intelectuais. Mais de uma vez Silvio Caldas segurou o pequeno Max no colo; em outra festa, Noel o acompanhou ao violão. Sua vocação para rouxinol lhe assegurou o epíteto de Gargantinha de Veludo, num concurso de cantores infantis, patrocinado por uma emissora de rádio carioca.
    Mas o estudo de medicina (formou-se em cardiologia) e a gana de escrever coisas engraçadas, que logo resultaram rendosas, restringiram sua carreira musical à produção de paródicas marchinhas carnavalescas, outra mania infantil. Com uma marcha-rancho, bonita como o quê, Bandeira Branca, composta a pedido de Dalva de Oliveira, abafou no carnaval de 1970.
    De uma geração prodigiosa de humoristas absorvida pelo rádio, o teatro de revista e a TV, suas tiradas às vezes seguiam a tradição do Barão de Itararé (“Duplicata é essa coisa que sempre vence, nunca empata”) ou formulavam perguntas dignas de Millôr e Sérgio Porto: “Por que o homem, quando criança, é tão agarrado à mãe e, depois que cresce, é tão agarrado à mãe dos outros?”.
    Bastaria Max ter criado o Edifício Balança Mas Não Cai, para assegurar vaga no Olimpo do humorismo radiofônico. Entronizado às pressas no horário nobre das sextas-feiras da Rádio Nacional, no lugar da já legendária PRK-30, o edifício era uma hilariante torre de babel urbana, um microcosmo do Brasil e sua gente. Seus condôminos (destaque para o Primo Pobre e o Primo Rico) marcaram para sempre a vida de seus intérpretes (Brandão Filho e Paulo Gracindo) e de milhões de ouvintes em todo o território nacional. Max só nos dava o máximo.

    ESTADÃO

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