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    terça-feira, agosto 30, 2022

    Bolsonaro é a nossa velhinha da lambreta

     

    Um céu degrade em tons de roxo rosa, o congresso nacional e no seu prédio central muitos olhos em colagem.
    Catarina Bessell


    Gregorio Duvivier

    "Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta." Stanislaw Ponte Preta conta, em sua crônica mais famosa, a história dessa velhinha motoqueira que atravessa todo dia a fronteira levando um enorme saco na garupa. "Que diabo a senhora leva nesse saco?", pergunta o fiscal. "Areia!". O fiscal descrente inspeciona o saco, e pasme: é areia. E todo dia a história se repete, e a velhinha passa com seu saco. E todo dia ele inspeciona. Mas é sempre areia. O fiscal, morto de curiosidade, promete que não vai prendê-la, só quer mesmo saber. "Promete que não espáia?", pergunta a velhinha, que então confessa o que estava contrabandeando o tempo todo. "É lambreta."

    Bolsonaro é a velhinha da lambreta. O parlamentar descobriu, ao longo de 30 anos de vida pública, a solução perfeita pra multiplicar o patrimônio e passar despercebido: colocar um bode na sala. Não acho que Bolsonaro acredite nos descalabros que diz. O candidato teve uma epifania, talvez a única da sua vida: descobriu que, se você elogiar torturadorcondecorar miliciano, celebrar homofobia, ameaçar bater em mulher, ninguém vai reclamar que você empregou uma dúzia de funcionários fantasmas no seu gabinete.

    A estratégia não deixa de ser corajosa. Descobrimos, graças ao presidente, que, caso você queira escapar da investigação por um crime comum, a melhor maneira é você cometer um crime contra a humanidade. Quem é que vai se preocupar com um cheque de R$ 89 mil pra sua esposa quando você tem 600 mil mortos nas suas costas? O crime anterior agora parece ridículo. Ou, como o nome diz: comum. E quanto maior o crime, mais lenta a justiça. O Tribunal de Haia é mais devagar que o Supremo.

    Bolsonaro carrega um cadáver no porta-malas do seu carro. Mas ele dirige pelado, falando no celular, sem cinto de segurança e cometendo uma dúzia de infrações menores. Ninguém se lembra de checar o bagageiro. Mas o cadáver tá lá, o tempo todo.

    Juliana Dal Piva descobriu que sua família comprou mais de cem imóveis, a maioria com dinheiro vivo. Isso deveria ser o primeiro assunto a ser perguntado em todo debate e em toda sabatina. Voltando pra história da velhinha: a gente fica olhando pra areia, porque a areia, no caso dele, é metanfetamina. Mas não acho que seus crimes de opinião sejam o pior que ele faz. Tem coisa grande passando por debaixo do pano. Alguém precisa lembrar de pedir a documentação dessa lambreta.

    FOLHA 

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