Este texto é a sério?
Bolsonaro, o presidente da mulher livre de verdade
Pietra Bertolazzi
Foi em meio a gargalhadas que li uma recente coluna de Marcelo Coelho para a Folha em que ele faz uma "análise" da base eleitoral feminina do presidente Jair Bolsonaro ("Grosso e obsceno, Bolsonaro é o falo que sua eleitora gostaria de ter", 28/6).
O colunista-comunista é um retrato cartunesco da militância midiática mainstream esquerdista, e, diante de todos os clichês possíveis utilizados por ele para denegrir a imagem da mulher conservadora, me pergunto por onde andou nas últimas décadas para ter estagnado de forma tão ajumentada em tais premissas falaciosas e batidas.
Depreciar a valorosa mulher que preza pela família, pela igreja e pela comunidade é uma das mais pífias e manjadas estratégias de propaganda esquerdista, usada desde os primórdios na era comunista do Leste Europeu até o fim da Guerra Fria.
Ao atribuir uma imagem turrona e nada sexy à figura da dona de casa, cria-se a falsa sensação de que, adquirindo um posicionamento político conservador, se está automaticamente tornando-se uma versão contemporânea da Dona Florinda —e nenhuma mulher quer ser a Dona Florinda! Logo, incute-se a ideia do famigerado "empoderamento feminino", uma das maiores babaquices ditas pelos teóricos comunistas para se tirar uma mulher do seio da família e do marido e transportá-la para a dependência do Estado.
A decadência moral precede a decadência política, e, para se destruir uma sociedade, basta destruir a mulher, que é quem dá o sustento moral ao homem. Karl Marx, Gramsci e todos os comunistas da história (e aparentemente Marcelo Coelho) sempre souberam disso.
O infeliz colunista tenta, de forma sorrateira, incutir no leitor a falsa sensação de que a mulher é uma vítima do sistema patriarcal-machista-opressor (logo, do Biroliro). Para isso, ele utiliza-se de um sincretismo entre premissas sexuais freudianas aliadas à um new-ageísmo infanto-juvenil e pitadas de Teologia da Libertação, sem sequer saber o que isso tudo significa; afinal, lacrar é mais fácil do que estudar. Ele mesmo é vítima da doutrinação gramscista à qual 90% da massa de manobra da área de comunicação foi sujeita nas últimas décadas.
Mal sabe esse colunista que, preso na jaula ideológica progressista, ele é infinitamente mais oprimido do que qualquer dona de casa comum, com sua vida comum e sua família comum.
De forma descaradamente elitista, ele associa a eleitora de Bolsonaro a uma mulher humilde: "... tudo indica que vem da classe média baixa, ou média mesmo, em algum bairro que não conta com muito prestígio nas páginas de um jornal impresso".
A forma como a figura da mulher comum é ironizada deixa claro não só a sua misoginia como também a ausência de desejo sexual pela figura feminina no geral —e tá tudo bem!
Não estamos aqui para julgar a sexualidade de ninguém (ao contrário do curioso caso do exímio colunista político aficcionado por figuras falocêntricas). Talvez uma mulher à la Pablo Vittar suscite mais os seus sentidos. Afinal, a mulher comum é sem graça, é chata... Não sabe bater cabelo; não tem coragem de fazer tatuagem nas partes íntimas como a Anitta; prefere a vida monogâmica à cirandagem sexual (onde já se viu não querer ser puta?); gosta de cuidar dos próprios filhos (veja você que loucura); é temente a Deus e respeita o marido (que lhe oprime com toda aquela proteção financeira e moral)... Enfim, é uma chata! A sua única luta, como muito bem observado pelo colunista-revolucionário, é para que tudo que existe de mais sublime à sua volta não mude.
Como eleitora de Bolsonaro (e mulher chata), deixo aqui registrado que tais impropérios deferidos às mulheres conservadoras por esse colunista não me causam sensação alguma e que tampouco sou a favor de eventuais processos contra ele, como se tem discutido.
Eu, enquanto defensora das liberdades individuais e principalmente da liberdade de expressão, as defendo inclusive para que imbecis tenham o direito de exercer a sua imbecilidade.
Da mesma forma, peço que não tentem tolher o meu direito de ser uma mulher chata —muito chata!— e de viver livre das premissas esquerdistas que aprisionam mulheres à senzala ideológica feminista imoral e nefasta.