O butim da Petrobras: Governo, Centrão e setor privado digladiam-se pelo controle da estatal
"Pensar
em uma Petrobras gigante, a atuar com distribuição de gasolina e gás
natural, operadora de gasodutos, em suma, uma grande companhia de
energia, não dá mais. A reorientação defendida para a empresa, com foco
no mercado interno e na produção de derivados, exigiria, diz Gabrielli,
“enfrentar o capital financeiro, porque o capital financeiro está
dominando a Petrobras, através dos acionistas minoritários”. Recorde-se:
estrangeiros detêm 45% das ações da companhia. Mas, prossegue ele, é
possível fazer isso se o governo exercer o poder de controlador, algo
que Bolsonaro não fez.
Exigiria também, possivelmente,
contrariar o Tio Sam, aquele mesmo que se beneficiou da Lava Jato e da
abertura da exploração do pré-sal a multinacionais. Um Brasil exportador
de petróleo é do interesse dos Estados Unidos, como ficou claro com a
guerra na Ucrânia.
Em 10 de março, dois dias após Joe Biden
proibir a importação de petróleo da Rússia, terceiro maior vendedor do
mundo, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, falou por
videoconferência com sua homóloga norte-americana, Jennifer Granholm. E
esta pediu ao Brasil que aumente a exportação petroleira."