A venda de estatais na xepa causou prejuízos irreparáveis ao Erário
A maioria dos brasileiros sen-
te no bolso que a privatiza-
ção é uma roubada. O caso da
Refinaria Landulpho Alves
(RLAM), hoje Refinaria de
Mataripe, ilustra bem o pro-
blema. Desde que foi comprada pelo fun-
do Mubadala, sublinha Bacelar, os preços
dos combustíveis subiram na Bahia mais
do que em outros estados. Além disso, a
empresa priorizou a exportação do óleo
combustível e, com essa decisão, provocou
a escassez do produto para abastecimento
dos navios que atracam em Salvador, pre-
judicando o turismo em cruzeiros maríti-
mos. “As privatizações seguem tendo re-
sultados desesperadores para o povo. No
Rio de Janeiro, os preços das passagens
das barcas, metrô e trens comprometem
a renda do trabalhador, obrigando muitos
a dormir nas ruas durante a semana, pa-
ra economizar o dinheiro gasto no deslo-
camento para o trabalho. Estes compõem
uma parte considerável dos mais de 11 mil
moradores de ruas da região central da ci-
dade”, ressalta Ary Girota, presidente do
Sindicato de Trabalhadores nos Serviços
de Água e Esgotos do Rio de Janeiro. Outro
caso é a privatização de parte dos sistemas
de distribuição de água da Cedae. Várias
localidades da Região Metropolitana flu
minense, diz Girota, sofrem com o desa-
bastecimento em consequência da deter-
minação dos gestores privados de privi-
legiar locais onde o retorno financeiro é
garantido. Na saúde pública, diz Chaves,
o domínio do critério da lucratividade é
gritante com a ampla privatização que en-
tregou às organizações sociais o controle
de hospitais e do sistema de saúde de es-
tados inteiros. Parece não restar área da
economia imune à pressão privatizante."