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    quinta-feira, janeiro 13, 2022

    Da Covid ao sono: as virtudes do óleo de Cannabis

     



    Ruth de Aquino 

    Livrei-me de vinte anos de Rivotril ao tomar toda noite, antes de dormir, seis gotas do óleo de um fitoterápico, a Cannabis. Troquei, portanto, um remédio de tarja preta por uma planta. Quando comecei com o Rivotril em 2001, não foi por insônia, porque dormia bem. Mas por uma crise de coluna lombar. O comprimidinho rosa de 0,5 mg me fazia acordar sem dor. Viciei-me. Consegui, em plena pandemia, me livrar desse vício. O meu barato agora é encostar a cabeça no travesseiro e cair no sono sem indutor artificial. 

    Durmo melhor, acordo melhor e voltei a ter o que batizei de “sono ativo”. Passei a sonhar de novo e a me lembrar de meus sonhos. Com o Rivotril, não sonhava mais ou não lembrava. Sou grata portanto ao óleo e à cannabis sativa, que podemos chamar, para horror dos obscurantistas, de maconha medicinal. É isso que ela é. Um remédio natural. Que ajuda comprovadamente a prevenir e amenizar sintomas de síndromes e enfermidades. Epilepsia, autismo, insônia, Alzheimer, Parkinson, endometriose, fibromialgia, dores, ansiedade, depressão. 

    Meu óleo é 'full spectrum' e diluído a 1%. Traduzindo: contém CBD, THC e todos os outros canabinoides em dose mínima. O restante que compõe esse óleo é de TCM, triglicerídeos de cadeia média – um óleo de coco melhorado. Produzido por uma associação legal no Brasil, sem burocracia de importação, sem preço abusivo, testado em laboratório, com receita médica. Só uso à noite. O óleo não é concentrado porque não preciso. 

    Agora, já sabemos que até na prevenção da Covid a Cannabis pode ser benéfica. Ontem, foi divulgado um estudo mostrando que compostos da cannabis podem dificultar ação do coronavírus. A pesquisa veio do Oregon, nos Estados Unidos, e foi publicada no Journal of Natural Products. Cientistas descobriram que dois ácidos canabinoides são capazes de se ligar à proteína Spike do coronavírus e assim impedir a infecção de nossas células. Não é urgente aprofundar esse estudo?

    Se você acompanha o noticiário médico e científico, já deve ter reparado a quantidade de reportagens recentes sobre as virtudes da Cannabis. Filhos estão medicando pais que começam a perder a memória. Pais estão medicando filhos com convulsões. Os relatos familiares de melhora são emocionantes. O general Villas Bôas, ex-comandante do Exército, fez um apelo dramático pela regularização da cannabis medicinal em 2019. Sua filha, Adriana, tem há 14 anos uma doença rara, espondilite anquilosante, com dores incapacitantes nos ossos e articulações. O general sofre de esclerose lateral amiotrófica, ELA. Ele acha “uma hipocrisia social” o tabu que cerca o assunto.

    Médicos que nunca receitaram canabinoides antes acabam de comprovar benefícios até no tratamento da obesidade e na perda de peso. A Cannabis atua no hormônio que controla apetite e saciedade. Existe a percepção crescente de que as substâncias da planta agem no equilíbrio do organismo. Atuam em nossa homeostase, palavra originada do grego. Homeo para igual. Stasis para estático. Precisamos de homeostase. Não precisamos de histéricos negacionistas que chegaram até a advogar o fechamento da Anvisa, quando a associação aprovou produtos de Cannabis. 

    Já são oito os medicamentos à base de Cannabis aprovados para importação no Brasil. Esse mercado rendeu R$ 21,8 milhões no primeiro semestre do ano passado. Há 2 mil médicos autorizados a prescrever as medicações. Cerca de 40 associações regularizadas. Trinta e quatro mil brasileiros estão autorizados pela Anvisa a importar esses remédios. É um universo muito pequeno diante das necessidades. E elitista, porque o produto importado é muito caro. Tudo isso por causa da obtusa legislação brasileira.

    “O problema com a pesquisa e uso dos óleos de Canabis reside no preconceito, filho da ignorância. Criam fantasias para substituir conhecimento”, disse o psicanalista Luiz Alberto Py. “Há milênios a humanidade vem usando as plantas como fonte de medicamentos para a saúde. Remédios para o coração, rins, pulmões, controladores de pressão arterial, antidepressivos etc. Mesmo o curare, veneno paralisante, tem importante aplicação médica. Laboratórios extraem das plantas os princípios ativos nas doses adequadas e oferecem aos médicos para serem usados em tratamentos e curas. Porém, quando se trata da Cannabis, surge uma reação tola gerada pela ignorância e pela paranoia e explorada politicamente”.

    Depois de seis anos, o projeto de lei da maconha medicinal, que viabiliza o cultivo da planta, segue parado na Câmara. Melhor que ninguém coloque em votação mesmo, enquanto os terraplanistas antivacina estiverem no Poder. Quem se recusa a respeitar a Ciência e a ver benefícios na vacinação contra Covid vai sempre associar a Cannabis medicinal a viciados, a tráfico de drogas e ao crime organizado. É um outro tipo de gente. Tipo Osmar Terra, ex-ministro da Cidadania, apelidado de Osmar Trevas. 

    “Ao contrário do Brasil, o mundo inteiro está regulamentando”, disse o pediatra Daniel Becker. “O CBD e o THC, além dos terpenos e das várias substâncias que a planta contém, são um campo de pesquisa maravilhoso que está recebendo bilhões de dólares em investimento. Tem start-ups sendo criadas para comercializar a Cannabis em todas as suas aplicações. Um dos países que mais investem é Israel”. Na pediatria, relata Becker, condições gravíssimas que não respondem a remédios convencionais, como epilepsia, são atenuadas com a Cannabis. E o Alzheimer agressivo é reduzido. Ou seja, um medicamento que ajuda crianças e velhos.

    O presidente da Acanna (Associação de acesso à Cannabis medicinal), Igor Mello, que produz e fornece óleos com diversas microdosagens, testa todos os lotes em laboratório. E tem recolhido inúmeros dados e depoimentos de pacientes. Queixa-se dos entraves burocráticos, políticos e jurídicos que prejudicam as famílias brasileiras. “Por que um medicamento que já demonstrou tanta grandeza terapêutica continua a ter seus estudos represados no Brasil? Por que travam nossa chance de melhorar a qualidade de vida? Por que o paciente precisa testar morfina antes de pedir autorização para usar Cannabis? Por que importar a um custo altíssimo? Por que fazer um paciente se sentir criminoso, para depois recorrer à Justiça? Por que ainda é preciso pedir um habeas corpus preventivo para cultivar a Cannabis e medicar seu filho ou seus pais?”

    GLOBO


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