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    quinta-feira, dezembro 02, 2021

    A única verdade de André Mendonça


     RUTH DE AQUINO

    “Não se pode criminalizar a política”. O novo juiz terrivelmente evangélico, André Mendonça, mentiu muito na sabatina, nem parecia servo de Deus. Disfarçou, lambeu a boca seca e repetiu o tique nervoso de projetar o pescoço para o lado, o que revela ansiedade. Mas Mendonça falou uma verdade incontestável: não se pode criminalizar a política no Brasil. Porque ela já é terrivelmente criminosa.

    As análises sobre o desempenho de Mendonça variam. Uns dizem que ele foi inteligente, estratégico. Assim, ensinamos a nossos filhos e netos. Quer ser inteligente, convincente? Minta muito quando for preciso. Com a maior cara de pau. Se perceber que derrapou, como no “não derramamento de sangue na ditadura militar”, peça logo desculpas e elabore uma mentira mais estapafúrdia. Vai colar. Ainda mais se você for uma autoridade.

    Em que momento Mendonça conquistou o coração do Senado? “Não se constrói uma democracia sem política, sem políticos e sem partidos políticos”, afirmou. “Então, todos somos contra a corrupção, todos somos sabedores de que não se pode criminalizar a política”. Todos contra a corrupção, todos a favor da transparência. Teve checagem? É fake news? Humor? Não dá para fingir que a gente acredita. Seria passar recibo de suprema ingenuidade.

    Não há espaço aqui para listar os crimes de nossos políticos. Corrupção é o mais velho deles, não importa o partido no poder. Cada um tem sua desculpa. A mais ouvida é: não dá para governar no Brasil sem corromper ou ser corrompido. Agora, não querem dar nomes aos bois. É vergonhosa a ginástica da Câmara e Senado, leia-se Lira e Pacheco, para desrespeitar o Supremo. A determinação de Rosa Weber: abram o orçamento secreto.

    Eu quero saber, você quer saber, até as torcidas do Flamengo e do Palmeiras querem saber quais foram os beneficiados com os bilhões de emendas parlamentares. As verbas da União – que são nossas – foram distribuídas, não para o bem do povo. O volume de “presentes” indecorosos e de mentiras para não revelar quem se deu bem no toma lá dá cá nos dois últimos anos...é de fazer corar. Acesso público, trombadinhas!

    Quer ler a justificativa oficial do Congresso para não abrir o orçamento? “A impossibilidade fática de estabelecer retroativamente um procedimento para registro das demandas”. Entendeu? Não é mesmo para entender. A linguagem também é secreta. Desculpe, pessoal, tal palavreado em código! Combina com “PEC dos precatórios”. E com “prevaricação”. Brasília precisa ter tradução simultânea. Decifra-me ou te devoro.

    É, não se pode criminalizar a política. Eu queria ver um juiz assumir com a promessa de acabar com a impunidade na política. Porque é essa a realidade que a gente vive. A operação blindagem de políticos que disseminam fake news é um exemplo.

    Mais? A escandalosa impunidade do senador Flávio Bolsonaro. Foro especial cruzado. Entendeu? É difícil. Ainda mais porque tem miliciano no meio – e aí é crime diferenciado. Sigilo garantido nas operações bancárias do Flávio, apesar de todas as provas de rachadinhas mil, chocolaterias fantásticas, apartamentos com valores manipulados – coaf, coaf, coaxam os sapos no pântano ou no Planalto. Por isso Bolsonaro não quer debater a famiglia. Carlos, Eduardo, quanta vidraça suja, não tem como lavar a jato.

    Talvez o título correto da coluna fosse “a hipocrisia de Mendonça”. Mas não. O juiz comemorou seu “salto para os evangélicos”. Vamos aderir ao êxtase da Michelle e entoar, com lágrimas, glórias às alturas e não às baixarias.

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