DUNE
Quando vivi os seis livros da saga DUNE (principalmente os tres que li no inicio dos anos 70), mais do que as aventuras, mais do que o misticismo. as viagens espaciais e os voos da imaginação, foram lidos por mim como um manual político.
Quem se aproxima desse universo agora através do filme do Villeneuve, ou mesmo quem embarcou no delírio do filme anterior de Lynch, não faz ideia da complexidade das maquinações nos mundos criados por Frank Herbert. São um compendio de geopolítica (no caso, espaçopolítica).
As vertentes lisérgicas dos livros, com o spice, a melange, combinavam bem com aqueles tempos (anos 70) mas o que realmente repercutiu nos livros foi seu caráter ecológico, a demonstração da interligação entre os meio-ambientes. Observo que na época não estava embutido no inconsciente coletivo (como agora) o drama climático, as possibilidades dos desastres terminais cataclismados por depredações antiecológicas. Ecologia era coisa de uns poucos malucos, hippies, cientistas, gente advogando voltas à natureza e comunhões com Gaia.
Dune, Dune Messiah, Children of Dune, God of Dune, Heretics of Dune e até mesmo Chapterhouse foram referencias na minha vida