“Narrativa”, “comissionamento”, “kit covid”: entenda a novilíngua bolsonarista
Bernardo Mello Franco
O capitão não está sozinho nas agressões ao idioma. Seus aliados também gostam de torturar palavras para torcer seu significado. Alguns exemplos em voga na capital:
Narrativa. Novo sinônimo de mentira. “Mais uma narrativa!”, resmunga o senador Flávio Bolsonaro a cada denúncia contra o governo do pai.
Comissionamento. Eufemismo para propina no Ministério da Saúde sob intervenção militar.
Kit Covid. Conjunto de medicamentos que não curam a Covid.
Voto auditável. Voto impresso, instrumento de fraudes eleitorais desde os tempos do Império. O voto eletrônico é mais seguro e já passa por dez etapas de auditoria.
Fala de internet. Toda bobagem dita pelo Mito, segundo a definição do general Pazuello. “Se tirarmos da figura do presidente da República o que ele chama de falas de internet, não sobra nada”, resumiu o professor Eugênio Bucci ao podcast O Assunto.
O GLOBO