Boletim do JN extra: desigualdade recorde, depoimento de Witzel à CPI e os silenciamentos midiáticos de cada dia

"Silenciar ou impor o silêncio – em relação a acontecimentos, atores – é impedir a emergência de um outro discurso, como ressalta a pesquisadora Eni Orlandi. E o silenciamento como política editorial não é censurar ou simplesmente não dar determinado assunto. É aquela estratégia muito bem feita de falar sem falar direito, de dar um acontecimento retirando dele todo o seu significado, toda a sua potência de sentidos.
O silêncio é aquilo que é colocado de lado, aquilo que é apagado, e na estruturação de uma notícia, o ato de silenciar diz muito sobre os posicionamentos da mídia corporativa, que quase nunca são claros ou transparentes. Portanto, o ato de silenciar assuntos ou temas ou personagens não é apenas deixar de dar na edição do dia. Eu posso muito bem falar de um assunto e retirar dele todo o seu significado, toda a sua importância. Essa operação é absolutamente intencional e estratégica. A mídia corporativa no Brasil, como um todo, se vale disso, mas o Jornal Nacional é um grande mestre nessa arte. E por isso eu quero destacar aqui três acontecimentos significativos nesta semana que foram objetos dessa estratégia."
leia análise de Eliara Santana