Desenhar é um prazer?
"Barry Windsor-Smith não publicava uma página sequer há quinze anos. Reapareceu no mês passado com uma graphic novel, Monsters. Não foi inesperado. Pelo contrário, Monsters era esperada, comentada, prometida há mais de trinta anos. Ele finalmente achou tempo e fez.
E é tempo, atenção, meticulosidade que se vê em cada página. Trezentos e setenta páginas. Numa sequência da primeira metade, dois homens conversam durante uma nevasca que aumenta progressivamente, de dois ou três floquinhos de neve na página 114 até uma chuva de confete circundando as figuras na 121. Cada floco tem seu tamanho, seu formato. Alguns fazem sombra do tamanho e formato exato sobre os personagens, cada um destes desenhado com a hachura certa para o tipo de roupa que veste. Windsor-Smith se deu o tempo que queria para fazer Monsters.
Quem trabalha nesse nível de meticulosidade, esses anos em cima da prancheta, às vezes um dia inteiro de trabalho em cima de dois quadros de uma página com nove… tem que ver algum alegria no que faz, né?
Só que não."
leia reportagem de Érico Assis
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