PASQUIM 51 ANOS
João Antonio Buhrer postou imagens de uma ocasião em que o Pasquim foi comido!
Sim, foi feito um bolo do Pasquim (chocolate e creme de côco) - foi na celebração, na redação, do sétimo aniversário do jornal.
(Elke Maravilha comeu o Sig, que era feito de côco)
Mas o PASQUIM seria comido novamente (e mais uma vez literalmente, agora nao só como bolo mas tambem com o papel do jornal) no final de 1982, como solução a uma longa disputa editorial .
Durante quase todo o ano de 1982 foi se acentuando um racha ideológico entre Ziraldo e Jaguar na condução do jornal. Ziraldo, alinhado com o MDB, queria tornar o jornal cada vez mais politizado, engajado, como um veículo par a Frente Ampla que se formava contra a ditadura.
Jaguar, adepto do Brizola e do PDT, queria um jornal mais humorístico, moleque, desconpromissado.
Nos últimos meses o jornal virou plataforma para as campanhas de Miro Texeiro (MDB) e Brizola (PDT) ao Governo do Rio (candidatos apoiados por Ziraldo e por Jaguar, respectivamente.
A coisa chegou a um ponto em que só havia um jeito: os dois combinaram que aquele cujo candidato vencesse a eleição, assumiria a dureção do jornal. E quem perdesse, sairia.
Não era só uma questão de preferencias mas de sobrevivencia.
Com os incendios em bancas, e as pressoes do Governo sobre os anunciantes, o jornal estava à beira da falência.
E ambos os candidatos haviam se comprometido a dar uma força financeira para o Pasquim quando eleito.
Ziraldo estava tao certo da vitoria que bradou o repto:
- Se eu perder eu como esse jornal!!
Dito e feito. Brizola ganhou, Ziraldo deixou o Pasquim, após uma cerimonia de despedida em que foi servido a ele um bolo no formato do Pasquim (veja no foto, com Jaguar, Darcy Ribeiro & Ziraldo)
O bolo era bem gostoso, mas estava recheado, entre as camadas, com folhas do jornal!!!!