Coluna | A rotina de adiamentos no STF em decisões associadas a Lula

"Um dia você acorda e decide que vai tomar uma decisão. Vai até o local combinado cheio de disposição. Mas, na hora, decide que vai decidir depois. Essa verve procrastinadora tem sido a toada do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, em muitas ocasiões. Ontem não foi diferente. Depois de três horas de debates, os ministros decidiram que aprovariam uma tese para amenizar a decisão da semana passada que pode anular em massa sentenças da Lava Jato. Na hora em que a tese em si seria discutida, Toffoli anunciou que, “diante do adiantado da hora”, adiaria o julgamento para o dia seguinte. Horas depois, adiou a decisão para uma data ainda indefinida.
O tal “adiantado da hora”, aliás, tem sido um mantra. O significado oculto dele pode ser traduzido assim: como não há consenso em torno de minha proposta, melhor adiar a decisão para depois. A providência serve para que, nos bastidores, os ministros conversem entre si e combinem, longe dos holofotes do plenário e da transmissão da TV Justiça, uma solução para a controvérsia. Pode ser também uma ferramenta para evitar os constantes bate-bocas entre ministros em julgamentos de temas polêmicos.
Para além desses fatores, há também o efeito Lula. "
coluna de Carolina Brígido
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