This site will look much better in a browser that supports web standards, but it is accessible to any browser or Internet device.



blog0news


  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

    Powered by Blogger

    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    quinta-feira, julho 04, 2019

    Um fio liga Quincas Borba a quem não vê nada de mais na suspeição de um juiz




    " Quincas Borba concebeu um “sistema de filosofia para arruinar todos os demais sistemas” (parece que reconhecemos algo aqui): como no fundo somos todos partes de uma matriz comum (“humanitas”), as desgraças de uns se justificariam pelo bem dos outros. As injustiças e os flagelos a que alguns estão submetidos seriam meros “equívocos do entendimento”.

    “Nasceu esse africano, cresceu, foi vendido; um navio o trouxe (...) com o único fim de dar mate ao meu apetite. (...) Pangloss (...) não era tão tolo como pintou Voltaire”, insiste Quincas Borba.

    O “humanitismo” é o otimismo repaginado dos escravocratas, Pangloss sem a ironia de Voltaire, transportado para a nossa pobreza de espírito: o escravo não sofre propriamente; vive o prazer vicário do senhor. O deleite deste justifica o sacrifício daquele, porque no final das contas são “movimentos externos da (mesma) substância interior”.

    A coisa fica ainda pior com o arremate de uma certa “teoria do benefício”, segundo a qual apenas o beneficiador consegue reter o sentido do seu ato. O beneficiado, uma vez terminada sua privação, volta ao estado anterior de indiferença. Conclusão: não vale a pena perder tempo com mal-agradecidos. Arremedo de filosofia, silogismo à brasileira, o “humanitismo” supõe que a igualdade seja de natureza metafísica, de onde conclui que as desigualdades reais são mera aparência.

    Não é difícil seguir o fio que liga o raciocínio de Quincas Borba ao de quem não vê nada de mais na suspeição de um juiz. É a mesma lógica semidemente, agora na convicção de que a letra da Justiça pode valer como ideia, em algum lugar “mais restrito”, mas não aqui, terra de arbítrio, sofismas e inversões, onde as ideias são aceitas “por razões que elas próprias não podem aceitar” (Schwarz)."


    mis no artigo de Bernardo Carvalho

    Democracia Política e novo Reformismo: Bernardo Carvalho: Os homens fora do lugar

    0 Comentários:

    Postar um comentário

    Assinar Postar comentários [Atom]

    << Home


    e o blog0news continua…
    visite a lista de arquivos na coluna da esquerda
    para passear pelos posts passados


    Mas uso mesmo é o

    ESTATÍSTICAS SITEMETER