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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    quinta-feira, julho 25, 2019

    PASQUIM 50 ANOS



    Quando O PASQUIM foi fundado em 1969 poucos integrantes da patota acreditavam que o hebdomadário duraria mais do que dez meses. E se alguem dissesse, naquele momento, que nosso jornal – “o rato que ruge” - duraria dez anos, ou mais, ninguém acreditaria!

    Agora o que ninguem conseguiria imaginar, naquele momento das trevas mais escuras, com o AI-5 recém-parido nos caldeirões da ditadura, seria que um dia – ainda nesta década - Luís Carlos Prestes, de volta ao Brasil,  entraria pela redação do PASQUIM para dar uma entrevista. E que esta entrevista seria publicada. E que a edição não seria apreendida. E que ninguém iria preso. E que o mundo não acabaria no dia seguinte.

    Sim, porque Prestes foi e continua sendo o nome mais temido pelos milicos e seus acólitos. O comunista, devorador de criancinhas,  sanguinolento conspirador, o líder das massas que com sua força férrea de vontade derrubaria governos e privilégios de oligarquias. Dizer a palavra “Prestes” em público dava cadeia. Gritar Prestes, dava tortura. Por que tanta paúra por parte da ditadura?

    Ainda hoje, em 1979, esta entrevista é um ato de coragem. A linha dura perdura. Persiste a pressão da repressão. A Anistia, a Abertura, a volta dos exilados, são concessões de anéis para manter os dedos apertando o pescoço dos brasileiros.

    Mas está aqui Luís Carlos Prestes, o Mito. Um dos maiores nomes da História Brasileira. Diante do nosso gravador e de quase vinte pessoas,   lotando a redação, movidas pela curiosidade, pela emoção e pela solidariedade. Foi a entrevista do PASQUIM com o maior número de pessoas presente. Um momento realmente histórico. E que vocês estão prestes a acompanhar.

    (Ricky)  

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