A resistência do Chave de Ouro na folia dos Anos de Chumbo

"Se um dia alguém levar a sério a tarefa de escrever a história do Carnaval de rua do Rio de Janeiro, o resultado deve ficar mais próximo de Macunaíma do que de Raízes do Brasil. Apesar da importância central dos blocos carnavalescos para a memória e a identidade cariocas, a maior parte de sua história só pode ser encontrada nas lembranças nebulosas de quem estava lá. As fontes disponíveis — incluindo, é claro, a memória dos foliões — são cheias de lacunas, contradições e histórias “criativas”; natural, já que os principais atores e testemunhas dos acontecimentos não primavam pela sobriedade. De qualquer forma, se um dia essa história for escrita, o Chave de Ouro terá lugar de destaque. Sua trajetória é praticamente um tratado sobre como nasce, floresce e murcha um bloco de sujos. Faz também calar a boca todos aqueles que teimam em reduzir o Carnaval a um fenômeno de “alienação das massas” e outros clichês semelhantes."
LEIA ARTIGO DE GUSTAVO PACHECO
