Quem venceu as eleições foi o Facebook - Época

"“Orwell temia que a verdade fosse escondida. Huxley, que fosse afogada na irrelevância.” Para Vaidhyanathan, o Facebook é a realização da profecia de seu mestre: um mundo sem paciência para autonomia ou espaço para democracia, preguiçoso, narcótico, meio bobo — e meio divertido.
Quem quisesse, diz ele, construir uma máquina para “distribuir propaganda a bilhões de pessoas, distraí-las, insuflar ódio e fanatismo, erodir a confiança social, enfraquecer o jornalismo, disseminar dúvidas sobre a ciência e promover vigilância em massa, tudo ao mesmo tempo, criaria algo parecido com o Facebook”. Como a maior história de sucesso do Vale do Silício virou o lar de nazifascistas, terroristas, extremistas, anti-iluministas, ressentidos e revoltados? A resposta, afirma Vaidhyanathan, repousa na personalidade e na ideologia de Mark Zuckerberg, alguém que julga “profundamente despreparado”, sem sensibilidade para nuances, complexidades, contingências e dificuldades; dotado de senso moral, mas sem noção histórica dos males de que a humanidade é capaz; alguém cuja ideologia vê o software como solução universal a todo problema humano."
mais na coluna de Helio Gurovitz
Quem venceu as eleições foi o Facebook - Época: As redes sociais são projetadas para despertar emoções fortes, movidas a “engajamento”, excelentes para motivação. Mas não para reflexão ou deliberação