Morrer de véspera
"A lei sempre garantiu aos candidatos sub judice o acesso ao horário eleitoral e o direito de praticar atos de campanha enquanto o tribunal não decidisse sobre suas candidaturas. Barrar previamente o acesso de Lula à TV seria, portanto, uma ilegalidade e um casuísmo gritantes demais. O jeito foi antecipar o julgamento da própria inelegibilidade, queimando o prazo que ainda havia pela frente.
Na noite de quinta, o tribunal chegou a divulgar uma pauta para a sessão de ontem, que não continha qualquer matéria relacionada a Lula. Ontem a presidente da corte, Rosa Weber, atendeu aos apelos do relator, ministro Roberto Barroso, para incluir as impugnações na pauta. A candidatura de Lula seria impugnado mais cedo ou mais tarde, mas o TSE aceitou o risco de desgastar-se, atropelando a lei e os prazos, para impedir que ele falasse como candidato, hoje, no rádio e na TV. Seriam aparições provisórias, mas poderiam ser fortemente indutoras de voto no substituto. A decisão antecipada pode aumentar as desconfianças internas e externas sobre o Judiciário brasileiro e também fortalecer a narrativa do Lula perseguido, favorecendo o novo candidato do PT"
LEIA A COLUNA DE TEREZA CRUVINEL