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    quinta-feira, fevereiro 08, 2018

    Enquanto ações contra criminosos se multiplicam, investimento na polícia investigativa vai na contramão





    " Embora o tráfico seja responsável por pelo menos 70% dos homicídios do estado, o efetivo da Polícia Civil encarregado de investigá-lo também é reduzido. Atualmente, a Delegacia de Combate às Drogas conta com 50 agentes para desbaratar quadrilhas que atuam nas cerca de 500 comunidades da capital. Antes chamada de Delegacia de Repressão a Entorpecentes, ela chegou a ter aproximadamente 300 homens nos anos 2000.

    A situação da Desarme, que combate o tráfico de armas, é ainda pior: tem apenas 20 investigadores, segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio de Janeiro (Sindelpol). Ela foi criada em 2017, após o estado passar seis anos sem uma delegacia especializada nesse tipo de crime. Quando foi extinta, em 2011, a Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos trabalhava com uma equipe de aproximadamente cem homens.

    Em um estado que registrou 6.731 mortes violentas no ano passado, uma das maiores necessidades da Polícia Civil é a contratação de peritos legistas, fundamentais para a investigação dos homicídios. Hoje, a corporação tem 284 peritos, e, pelos cálculos do Sindelpol, precisa preencher 215 vagas. 

    Além de agentes, a Polícia Civil precisa de equipamentos. Tem apenas dois helicópteros (o mais novo foi adquirido nove anos atrás). A Coordenadoria de Recursos Especiais conta com dois veículos blindados, e ambos estão parados por problemas mecânicos.

    — O crime organizado investe em tecnologia; a Polícia Civil, não. Bandidos já usam drones durante invasões de favelas, nós não temos nenhum, precisamos pegar emprestado. Criminosos só se comunicam pelo WhatsApp, há programas que permitem a interceptação de trocas de mensagens e de áudio, mas também não os temos."

    mais na reportagem de


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