Refugiados da Violência: Moradores de comunidades conflagradas no Rio se mudam

RIO - Uma cama desmontada, uma geladeira velha, uma televisão com prestações atrasadas. Em cima do sofá de dois lugares, desfiado por um gato de estimação, uma cômoda e um colchão de viúvo. Tudo empilhado na caçamba de um caminhão, junto a caixas que guardam roupas, livros e coisas difíceis de abandonar, como um vestido com o cheiro da mulher falecida e fotografias da vida toda. O homem de cabelos brancos vai embora da Cidade Alta sem intenção de voltar.
Um êxodo silencioso se pôs em marcha na cidade. São pessoas que estão deixando suas casas, muitas vezes na favela onde nasceram, para fugir da violência. Em cada beco onde o terror virou rotina, postes e paredes estão tomados de anúncios de “vende-se” e “aluga-se”, com uma observação recorrente: “aceito proposta”.
leia reportagem de CAIO BARRETO BRISO