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    sábado, outubro 15, 2016

    O candidato do PSOL perdeu para ele mesmo


    de MARCELO JANOT

    O fato de ter passado a evitar discutir política com amigos no Facebook não significa que eu vá deixar de falar de política quando quiser dar algum pitaco. E acho que esse é o momento, depois de conferir as últimas pesquisas e análises que dão a vitória de Crivella como certa no Rio.

    Dia desses, um amigo que trabalha na campanha do Freixo fez contato perguntando se eu toparia ser incluído num grupo de discussão formado por jornalistas e publicitários para dar ideias de como Freixo poderia virar o jogo na reta final da campanha. Topei, mas não cheguei a receber qualquer mensagem do grupo. A essa altura do campeonato, já tenho a impressão de que o jogo está perdido. 

    Acho que o candidato do PSOL perdeu para ele mesmo. Não sei se foi a euforia por derrotar o candidato de Eduardo Paes (e a máquina do PMDB) que o fez ir comemorar na Lapa com a militância gritando "Fora Temer" e enfatizando, no discurso, a narrativa do "golpe". Aquele não era o momento para isso. Bastava olhar a votação dos partidos de centro-direita para saber que eram os eleitores deles que Freixo deveria conquistar no segundo turno. Qualquer marqueteiro minimamente eficiente saberia que falar em "golpe" para eleitores de centro-direita é dar um tiro no próprio pé.

    Até porque, naquele momento, o índice de rejeição de Crivella era o mais alto entre todos os candidatos, e o de Freixo era o mais baixo. A tendência, portanto, era que eleitores de Índio e Osório votassem em Freixo para impedir que Crivella chegasse ao poder. Hoje, basta uma olhada na caixa de comentários das postagens de formadores de opinião de centro-direita aqui no Facebook para perceber como esse jogo virou, mesmo com alguns desses formadores de opinião declarando voto em Freixo. O grau de rejeição a Freixo em comentários que misturam ódio com desinformação é assustador. Gente que até bem pouco tempo teria pesadelos com a possibilidade de termos um prefeito apoiado pela Igreja Universal, por Garotinho e milicianos, agora declara voto útil em Crivella. Acreditam que essa mistura explosiva seja menos nociva ao Rio do que ver o PSOL no poder.

    E aí entra o "fator PT". Essa eleição deixou evidente que, um dos mais danosos estragos que o PT fez ao país foi o de acabar com a imagem da esquerda. Para muita gente, "esquerda" virou um palavrão, um demônio a ser evitado. Para a esquerda chegar ao poder numa cidade em que o candidato da direita tinha rejeição altíssima, bastava descolar o máximo possível sua imagem do PT. Mas Freixo e o PSOL fizeram justamente o contrário. Crivella foi ministro do governo do PT, o PT apoiou Crivella no segundo turno em 2014, mas os eleitores que Freixo deveria conquistar acham que o PT estará no governo municipal, por mais que se diga que não é verdade, que apoio não significa vaga no governo. Como fazer gente traumatizada e cega pela aversão ao PT acreditar nisso? 

    E aí acontece o primeiro debate. Crivella dá a deixa, inúmeras vezes, para Freixo explorar a rejeição à Igreja Uinversal e a Garotinho. Freixo nada faz, o debate vira uma troca de ideias de comadres, com Crivella, o mais rejeitado, espertamente fazendo um discurso mais moderado que aproximava os dois ao invés de deixar claro para o eleitor a diferença entre ambos.

    Pra piorar, o PSOL começou a sabotar a si mesmo. A ala radical do partido resolveu afastar todo o eleitorado judeu com uma postagem antissemita em seu site. A resposta de Freixo condenando isso foi imediata, mas protocolar. Foi preciso que Jean Wyllys respondesse à altura, mas desde que, ao contrário de vários de seus companheiros do PSOL, ele se assumiu como cabo eleitoral de Dilma no segundo turno da eleição presidencial, a rejeição de Jean Wyllys entre o eleitorado que Freixo precisa conquistar é estratosférica. 

    Isso mostra que nessa terra arrasada que a esquerda brasileira se tornou graças ao PT, o PSOL precisa se reinventar o quanto antes. Tem excelentes quadros, mas às vezes dá a impressão de ser um saco de gatos em que se junta desde um militar de direita (o deputado Cabo Daciolo, já expulso do partido) a radicais de esquerda como Babá e essa corrente da postagem antissemita.

    Enquanto isso, o município do Rio de Janeiro se encaminha, nesse cenário de falência em âmbito estadual, para as mãos do fundamentalismo religioso, das alianças espúrias com o que tem de pior na política (ninguém lembra o que foram os oito anos de Garotinhos no poder?), com o apoio das milícias. 

    O governo Freixo poderia dar errado? Poderia. Mas em hipótese alguma seria tão danoso quanto este pesadelo que se anuncia. 

    Espero que eu esteja errado.

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