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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    sábado, outubro 22, 2016

    CRIVELLA É UM CANDIDATO DE DIREITA - MAS NÃO É O CANDIDATO DA DIREITA

    De MARINGONI

    A capa da Veja - com a foto de Crivella preso - é resultado de um erro crasso cometido pela direita no Rio de Janeiro.

    Para as grandes corporações - capital financeiro e monopólios midiáticos - a melhor postulação seria aquela saída do consórcio peemedebista do estado, sob os auspícios de Sérgio Cabral e Eduardo Paes.
    Tiveram boa experiência com a aliança, os negócios engordaram e a Globo encontrou ali parceiros incondicionais. As experiências de higienização, valorização imobiliária e privatizações a granel na esteira da Copa, das Olimpíadas e do projeto Porto Maravilha contentaram todos os setores do conluio.

    No entanto, o PMDB piscou. Escolheu um candidato fraco e vulnerável, Pedro Paulo, que seria o condottieri dos sonhos da oligarquia. O valentão tropeçou no primeiro turno e outro setor da direita saiu na dianteira, num roteiro inédito há vinte anos em terras cariocas: seu oponente seria um líder de esquerda, Marcelo Freixo.

    O script saiu do trilho, decididamente: nem a draconiana lei eleitoral - obra de outro peemedebista, Eduardo Cunha, e sancionada por Dilma Rousseff - deteve o aluvião social que embala a candidatura Freixo.

    Ruído adicional: apesar de ser um candidato DE direita, Marcelo Crivella não é o postulante ideal DA direita majoritária do país. Além do lastro religioso-fundamentalista, de forte penetração popular, ele representa o único grupo midiático capaz de ser um concorrente de fôlego com a Globo.

    Para a direita financeiro-midiática tradicional vale a tática do salame. Cortam-se de saída as asas de Crivella e deixa-se para um segundo momento o acerto de contas com a esquerda, caso esta ganhe as eleições.

    A repulsa da grande mídia a Crivella - e não o apoio a Freixo - é medida ousada e arriscada.
    Num tempo de golpe e de fabricação de unanimidades por cima, vale abafar qualquer marola entre membros do andar de cima para que a mudança estrutural do papel do Estado brasileiro siga incólume.

    Intensificar o apoio popular a Freixo e sustentar sua eventual vitória é a melhor maneira de impedir que a aposta reacionária se concretize no médio prazo.

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