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    quarta-feira, abril 13, 2016

    Marcha dos boçais



    De MICHEL LAUB

    Ao contrário das telenovelas, que muitas vezes foram vanguarda na discussão sobre política e costumes, inclusive durante o regime militar, a cultura em torno do futebol sempre esteve na retaguarda do país. Ou, quando muito, nas mesmas posições retrógradas que volta e meia se manifestam em nossa história. De modo menos ou mais aberto, estádios ainda comportam comentários racistas e homofóbicos. 

    As arenas luxuosas de 2016 carregam resquícios do tempo — não tão distante assim — em que mulheres eram importunadas abertamente e sacos de urina cruzavam os céus. Não surpreende, portanto, que o atual clima do debate no Brasil reflita a selvageria de setores da arquibancada. E que a expressão “Fla x Flu” tenha virado um clichê para defini-la. Muita gente já atribuiu ao futebol uma espécie de papel simbólico, em que as batalhas dentro de campo substituiriam as tradicionais guerras entre etnias, nações e facções políticas, com os instintos de agressão canalizados para uma simulação com vencedores e vencidos, relatos de heroísmo e retórica militarista, mas sem sangue, pilhagem e destruição concretos. 

    É uma tese interessante, mas que não comporta a violência surgida — ou não surgida apenas por detalhe — da visão de mundo de certos torcedores. Só no último mês, houve invasão no treino do Flamengo, jogadores do Fluminense foram cercados nas Laranjeiras e uma briga entre organizadas de Corinthians e Palmeiras resultou em morte. Desde 2010, segundo estatística publicada na Folha de S.Paulo, foram 113 vítimas fatais nesse tipo de confronto. 

    Já do outro lado do espelho, militantes de direita cercaram a casa de um ministro do Supremo (Teori Zavascki) e de um jornalista esportivo (Juca Kfouri), e um militante de esquerda (José de Abreu) fez piada com a morte de um suposto inimigo ideológico (o jornalista Sandro Vaia). Um limite parece estar sendo rompido na sociedade. E o futuro é ainda mais desolador quando pensamos nas lideranças que, tanto na política quanto no futebol, poderiam fazer algo para deter a marcha dos boçais.

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