CCR ameaça entregar concessão da Barcas, pela qual pagou R$ 72 milhões - Negócios - Brasil Econômico
Especialista em Mobilidade Urbana da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Alexandre Rojas é taxativo e alerta que não existe caridade por parte dos investidores. Enfático, ele sinaliza que o Tribunal de Contas tem que entrar nesta história e explicar porque a CCR assumiu a concessão sabendo que ela dava prejuízo.“Este modelo de privatização não é apropriado. É claro que isso não ia dar certo. Agora o governo está com uma bomba de retardo na mão. Não estou falando só das barcas, não. A crise inclui o sistema de trens e vai chegar ao metrô. Agora, isso tem que ser investigado. Não foi só falta de planejamento”, disse o professor.
A chegada em dezembro da barca Pão de Açúcar — primeira das nove novas embarcações que irão reforçar e renovar a frota em 2015 — é um exemplo da falta de planejamento e diálogo entre a concessionária e o governo estadual. No negócio da China, as nove embarcações custaram aos cofres públicos investimentos da ordem de R$ 300 milhões. Os novos modelos têm ar-condicionado, bicicletário, janelas panorâmicas, 100% de acessibilidade, dois andares — com possibilidade de embarque e desembarque simultâneos —, além de possuírem dupla proa, o que elimina a necessidade de manobras para atracação. Com a Pão de Açúcar, o tempo de travessia diminui de 18 para 10 minutos. Porém, ela só entrou em operação em 11 de março, quase três meses depois. A explicação? Não tinha plataforma adequada, a tripulação não havia sido treinada e faltava documentação.
E esses não foram os únicos problemas. O governo estadual esqueceu de combinar com o estaleiro sobre a manutenção das novas barcas: muito maior do que as antigas, elas não entram no espaço da concessionária em Niterói.
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