A elite brasileira pouco ou nada entende de povo
"Grande parte da elite e da classe média encontra-se em estado de choque. Reina a perplexidade. A recuperação da presidente Dilma nas pesquisas pegou os adversários de surpresa, deixando muitos à beira de um ataque de nervos. Alguns mais exaltados convocariam, se pudessem, uma nova “Marcha com Deus pela Família e pela Liberdade”.
A fulminante reversão do quadro eleitoral admite, é claro, várias e divergentes leituras. Mas um aspecto talvez mereça reflexão.
Nos últimos, digamos, dez a 15 anos, parece ter ocorrido uma mudança da dinâmica eleitoral no Brasil. Antigamente, presumia-se — com certa razão, acredito — que o povo era muito suscetível a sofrer a influência da mídia, particularmente da televisão. Supunha-se, também, que a classe média exercia ascendência sobre os mais pobres, formava opinião.
Nem uma coisa nem outra parecem valer hoje — ou pelo menos não na mesma medida. A mídia, convenhamos, tem sido de maneira geral uma grande e sistemática força de oposição ao governo. O bombardeio é impressionante. E a classe média, até onde posso perceber, nunca esteve tão contra o governo, Dilma e o PT. O povo, ao que parece, não dá mais tanta bola."
leia mais na matéria de Paulo Nogueira Batista Jr. >
Eleição - Jornal O Globo