Modelo anacrônico

"As pesquisas dominadas por poucos, os debates engessados e o programa gratuito mal formatado são um desserviço à democracia.
Nos países adiantados, o acesso às boas pesquisas eleitorais deixou há muito de ser, como aqui, privilégio de poucos. Lá, os interessados não são mantidos na ignorância, limitados a tentar adivinhar como estariam as intenções de voto a cada dia. Os repórteres não dão “furos” com os “vazamentos” de “pesquisas internas”. Não há lugar para as especulações dos espertos nas bolsas de valores, em razão do próximo levantamento.
É também muito ruim o atual padrão de debates entre candidatos na tevê. Confinados ao fim da noite, engessados por regras esdrúxulas, congestionados por candidaturas inexpressivas, são repetidos em cada emissora, pois todas exigem o “seu”. São tantos que nenhum se torna relevante. Até a antevéspera da eleição, quando a Rede Globo faz seu “debate espetacular” (antecedido pela pantomima das “entrevistas espetaculares” com os candidatos).
Nada mais deseducativo que encorajar a decisão tardia, sugerindo ao eleitor retardar a escolha para o último dia. E nada mais autoritário do que constranger os candidatos a comparecer ao “debate da Globo”, sob pena de retaliações no jornalismo da rede na reta final da eleição. "
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Modelo anacrônico — CartaCapital: o.