A Censura era ‘rotineira e tediosa’

RIO - Por quase dois anos — entre maio de 1970 e novembro de 1971 — o delegado de polícia Geová Lemos Cavalcante, hoje com 71 anos de idade e aposentado, era dono da última palavra dentro do Departamento de Censura e Diversões Públicas (DCDP), em Brasília. Era ele quem, do 4º andar do edifício-sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), espalhava o medo entre os produtores culturais e artistas, ao avaliar, classificar e muitas vezes vetar peças de teatro, filmes, músicas e telenovelas. Foi dele, por exemplo, o veto a “Como era gostoso o meu francês” (1973), de Luiz Carlos Barreto.
Nesta entrevista, Cavalcante narra com detalhes o dia a dia da Censura, diz que a pressão vinha de todos os lados, e afirma que atividade da censura era “rotineira e tediosa, sem qualquer envolvimento emocional”. Sob seu comando trabalharam 30 técnicos, entre eles muitas esposas de diplomatas.
leia entrevista para CRISTINA TARDÁGUILA
A Censura era ‘rotineira e tediosa’ - Jornal O Globo: