PATATI: Mistério no botequim

"Constato de novo, alegre, enquanto bebo meu pingado devagar, que o livro está muito mais visível, que quando eu era menino ou mesmo jovem. Pouca gente lia em público, havia certa aura solene em torno.

Dentro de um ônibus, ou no metrô, já me acostumei com mais gente lendo em público. Ousadia hipermoderna! Na “antiguidade clássica”, era sempre um pouco solene a reação do vizinho de assento de ônibus, ao deparar com uma pessoa absorvida em sua leitura. Pois hoje dia  se lê em público, sim senhor, desavergonhadamente ! E ainda por cima, diversos cidadãos têm, ainda por cima, a ousadia de estarem munidos de caras engenhocas eletrônicas, e usando, ainda por cima, em público, sem medo de ser feliz! No ônibus do metrô, é costumeiro encontrar, até mais de um internauta wi-fi.

Impressionante, mesmo, continua sendo o camarada na minha frente, com seu tijolão inexpugnável."

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Mistério no botequim - Jornal BR - A seleção do jornalismo independente