Protestos contra as passagens e tragédia urbana
: Aldo Fornazieri
O que os move é algo bem mais prosaico e trágico, mas com certeza, não com menos sentido. O que os move é a tragédia da vida urbana que lhes impõe uma alta dose se sacrifício e lhes rouba parte importante do tempo de suas vidas em meio a milhões de carros, do veneno da poluição e de um transporte público marcado pelo empacotamento das pessoas, pela bolinagem degradante, pelo pisoteamento e sufoco de ônibus, trens e metrôs superlotados. Os jovens de classe média baixa são movidos pela angústia de dormir pouco, de ter que chegar na hora certa no trabalho, de sair do trabalho e chegar na hora certa na faculdade ou na escola. O trânsito e a tragédia do transporte público fazem com que a conta do tempo não feche. São esses jovens, que precisam trabalhar, estudar, se divertir e dormir, o principal alimento dos protestos.
O fato é que enquanto muitos militantes estão aboletados nos palácios e em cargos burocráticos, as torrentes das mudanças históricas estão passando como furacões nas ruas e nas praças.
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