Arnaldo Jabor vê o fim de Avenida Brasil
A chamada arte social de filmes e livros tratava de excluídos ou de suburbanos como um conceito geral e sua intenção era ‘conscientizá-los’ sobre sua ‘alienação’, como os autores decidiam. Aqui, não. O subúrbio finalmente apareceu na TV, sem folclore e sem ideologias.
Em geral, as novelas têm um núcleo principal cercado de coadjuvantes por todo lado; essa, não. Todos são importantes, todos têm uma psicologia original compondo um vasto painel de personalidades; não há tipos – todos são personagens
Outra coisa legal no Avenida Brasil é que a narrativa, o 'raconto', não é pré-fabricada desde o início. Deu-me a impressão de que os acontecimentos dramáticos iam puxando outros, como se João Emanuel gostasse de se meter em encrencas insolúveis para depois resolvê-las. Isso gerou também um clima solto e improvisado, cheio de ‘cacos’ em que atores como Marcos Caruso, Eliane Giardini e José de Abreu se esbaldaram, criando em muitos momentos um ambiente de ‘cinema verdade’, com todo mundo falando ao mesmo tempo, sem a alternância antiga da pergunta e resposta.
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'Avenida Brasil' está acabando... -