Filmes: Avatar

Avatar há que ser visto mais como deslumbramento do que narrativa.
Como narrativa é fraco, um repertório de clichês - mesmo que arquetipais - cansando no inevitável terceiro ato dos produtos americanos onde pancadarias ou perseguições dominam, abusando aqui da repetição de elementos-estarem-na-hora-e-local-exatos para salvarem herois.
A filosofia do filme é rastaquera. Natureba naive. Entretanto: melhor um filme que comunica a comunhão com a natureza do que um militarismo ufanista como Starship Troopers, por exemplo. A milicada desvairada e as corporações gananciosas são os vilões do filme. Menos mal (pois já são muito maus na vida real).
O projeto do filme usa a história como tela de fundo sobre o qual elaborar uma pintura. Um mundo deslumbrante de fantasia que o recurso do 3-D acentua. Se a grama do vizinho é mais verde, a floresta do avatar é mais multicolorido. Ponho aqueles óculos e paisagens de Pandora flutuam para fora da tela como vagalumes viajantes.
É interessante o uso de tecnologia inovadora para falar de velhos costumes nada tecnológicos de preservação da sabedoria como um bem.

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