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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    terça-feira, julho 10, 2007

    Bagdá não é aqui

    Uma voz na grande imprensa que distoa desse oba-oba em torno da arremetida policial contra o morro do alemão
    (por falar nisso, passados esses dias, alguem pode me dizer quais os resultados positivos concretos dessa operação,
    o que ficou disso para os habitantes do morro
    a não ser a onda de vinganças & torturas praticada pelos traficantes contra supostos e reais colaboradores com a polícia invasora, após esta ter des-invazdindo?)

    A coluna é de Arnaldo Bloch, publicada em O Globo



    Será que vamos todos charutar na cirandinha do inspetor Trovão?


    Recentemente todos vimos o Inspetor Torres, Trovão para os íntimos — peça de destaque nas operações do complexo do Alemão — virar celebridade, fotografado com seu “inseparável charuto”, falando sobre o prazer de viver em guerra no tom de quem festeja uma picanha bem tirada na chapa. Não é culpa dele, nem à toa sentir-se tão à vontade assim para, duma golfada, cuspir seu sonho dourado: explodir malandro no Iraque e em Gaza.

    xplodir malandro no Iraque e em Gaza.

    Afinal, virou moda dizer, como uma obrigação, e até com certa sensualidade, que o Rio vai virar Bagdá. Fica difícil saber quando análise, advertência ou desejo mesmo de ver correr o sangue nas ruas.

    O astral está “dez” para o Trovão: a cada novo confronto entre forças da Lei e narcotráfico, a opinião pública média se esquece que, em favela, também mora gente de bem, bem na linha de tiro. E, à primeira denúncia de excesso ou irregularidades, o senso comum cai logo de pau em quem está cumprindo dever da maior importância numa sociedade aberta: apurar fatos.

    Exemplo: o deputado Alessandro Molon seja quais forem os seus planos eletivos), zelar pela investigação de possíveis execuções entre as mortes, já virou, da noite para o dia (nas palavras dos que reivindicam para si a prerrogativa da “cidadania de bem”) um “defensor do banditismo”. Cinismo e cara-de-pau, no mínimo.

    Esquecem-se, esses que se reservam a exclusividade do bem, que há outros cidadãos igual bem, mas diferentes, bem diferentes, deles. Que há pacifistas entre os “de bem”. Ou cidadãos de bem a favor da guerra contra o tráfico que, nem por isso, desprezam a Lei, o Estado de Direito, a transparência.

    Desde quando é pré-requisito, para ser cidadão de bem, bendizer a morte? Não percebem (e isso é mais grave) esses autoproclamados cidadãos de bem, que os maiores beneficiários dos excessos contra civis (e contra criminosos rendidos) são os próprios criminosos, que, na hora do terror, vão brandir os corpos que não lhes pertencem mas, tombados em suas trincheiras, converter-seatilde;o em vis estandartes. Os homens que se querem de bem precisam entender que, se há uma guerra, guerra mesmo, institucionalizada, contra o tráfico — e ainda que esta seja necessária e justificável —, a glória será tão maior quanto menor for a conta dos cadáveres, e quanto mais lícitas e monitoradas forem as ações.

    Como em qualquer guerra, aliás. Mas parece, por sinal, que a questão no Rio (ou melhor, no Brasil) é decidir se o estado vai mesmo entrar em guerra direta e sistemática contra o crime organizado, ou se ficaremos expondo a população a sangrentas pirotecnias de ocasião, até que os velhos e espúrios pactos se restabeleçam em silêncio.

    Se é guerra mesmo, o estado vai ter que dizer e prestar contas de suas ações como qualquer estado democrático que se queira respeitado e respeitador das convenções internacionais, do espírito humanista, da prevalência da luz sobre as trevas.

    Vai ter que dizer, o estado, que, numa guerra declarada, morrerá muito mais gente inocente do que já morre, e que quando morre um inocente pelas mãos do estado, ainda que por um equívoco, não se pode, nunca, varrer para baixo do pano. Tem que lamentar, chorar, justificar em detalhes, como fazem todos os governos quando honrados. E se as denúncias se provarem infundadas, melhor ainda, mas que jamais se tripudie, por tanto, das almas vigilantes.

    Ou vamos querer nos transformar nuns bushzinhos da Baixada, erguer a nossa guantanamozinha carioca e enchê-la de favelados suspeitos sem direito a Justiça? Vamos nessa?, estourar a miolada e fumar charuto baiano “pra relaxar”? O Iraque é aqui? A Colômbia é? Já estão dizendo que “esses facínoras usam escudos humanos”.

    Líbano? Ah, se fosse lá, o que iriam reclamar, aqui...

    Cuidado, gente. Alto lá. Antes que um novo escândalo humanitário internacional se arme na onda do Pan, vamos parar com esse negócio de justificar, a priori, barbaridade policial com ignomínia de bandido. Do contrário, como é que se vai saber a diferença?


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