Debatendo o debate
A Globo foi esperta - diante da mesmice em que se transformavam os debates presidenciais repetidos,
mexeu na fórmula, nas regras,
foi mais na linha dos debates americanos
e conseguiu fazer um espetáculo mais interessante e que mostrasse um pouco mais da maneira de ser dos candidatos.
Substituiu o candidato-pergunta-candidato
blocos que se tornaram ramerrame de evasivas ou serviam como vazadouro de perguntas levantando bolas próprias
por eleitores filtrados, pessoas de verdade, fazendo perguntas sobre assuntos de verdade, que interessam ao povo.
Se as perguntas melhoraram, as respostas nem tanto.
Os candidatos não conseguiram descer dos palanques para conversar com as pessoas.
Novamente, o desfilar de numeros maçantes que na soma nao dizem muito.
O estranho é que Lula já foi muito bom nisso, no conversar com as pessoas, mas parece que perdeu o jeito ou o viço.
Somente ao falar com o vitimado por enchentes em Carapicuiba mostrou isso.
Mesmo assim, ao caminhar pelo picadeiro, estava mais à vontade (ou menos sem vontade) do que o empertigado Alckmin.
Pegou várias vezes no braço do adversário, chegou muito perto do outro, entrando no seu "espaço particular e deixando-o incomodado ".
Alckmin por sua vez colocou alguns pontos interessantes mas nada que fizesse diferente.
Este é o drama do Geraldo: nada do que diz ou faz, faz diferença.
No ultimo bloco os candidatos perguntaram um ao outro, mas de maneira menos rigida, sem tantas regras
havendo um confronto interessante de posturas (fisicas e de ideias).
Enfim, o debate da Globo foi bom.
Os candidatos é que não estavam à altura.
Mas isso foi representativo: os candidatos nao estão à altura mesmo, deste país, deste momento, do que necessitamos.