Sentei no toco
Os ventos fortíssimos derrubaram novamente várias árvores.
Da janela vejo uma imbauba perpendicular ao chão,
as trepadeiras é que abraçam o tronco em tentativa desesperada de evitar a queda.
Vieram com motosserras para desimpedir os caminhos.
Na praça onde Xuxa vende flores
tombou uma árvore bicentenária
um objeto majestoso de torso grosso e galhos robustos retorcidos
caído pelo chão num esparramo de folhas e ramos e cascas partidas.
As raízes se tornaram ralas com o tempo
tempo de cobrir praças com cimento e bancos artificiais
arrancados tudo agora com a vertigem da planta em queda.
Minha filha foi aos homens e deu um lance por quatro tocos retiradas de troncos.
Circulares por um angulo, retangulares maciços por outro.
Quando escurescia os homens despejaram os tocos no quintal.
No meio da noite descemos e dispusemos os quatro tocos num circulo.
Fazia muito frio e ventava mas sentamos nos tocos, em círculo, para prosear e rir.
Tenho a foto disto. Num canto da imagem, um cão engasgou com a galinha de borracha que mascava e pensamos que ele tivesse engolido o apito.