No decorrer deste blog0news idolos artisticos ou pessoas que admiro foram passando
falecendo e publico fotos, homenagens, textos
marcando essas passagens.
Mas fiquei sem saber o que fazer
ou o que ou como escrever
com a noticia da morte durante uma operação de seis pontes de safena
de um grande grande grande idolo
um mestre que acompanho desde criança
quando descobri que um heroi mesmo super pode ser gente
e que suas historias podem ser muito humanas
e que ao serem desenhadas podem nos arrebatar pelas ousadias visuais.
E quando este ídolo é alguem que voceh conheceu pessoalmente?
Em 1991 era pouco comum - aliás, nada comum - que os grandes artistas do traço viessem ao Brasil. Por isto soou como delirio nossa pretensao de trazer para a primeira Bienal Internacional de Quadrinhos ninguem menos que o maior de todos: Will Eisner.
Mas afinal toda essa idéia de fazer uma Bienal de HQ, em proporções monstruosas, tratando quadrinhos como arte, em museus, e como grande evento cultural mexendo com toda a cidade do Rio, era um imenso delírio. Só mesmo os malucos da Ayuri...
As negociações foram complexas. Ao fim, valendo-se muito da amizade de Eisner com Álvaro de Moya, o criador do Spirit fez um dos cartazes do evento, veio ao Rio, fez palestras, e uma sessao de autógrafos de horas e horas e filas que vazavam Fundição Progresso afora. Foi emocionante para mim traduzir a apresentação de Will Eisner no palco da Fundição. Mais emocionante ainda deve ter sido para o Mutarelli receber de suas mãos o premio como grande vencedor daquela Bienal (época de Transubstanciação, lembram?)
O sucesso da Bienal foi tamanha e Eisner se emocionou tanto com a recepção que esta relação com ele perdurou e foi se acentuando. Trocamos correspondencias pelos anos, estive em sua casa na Florida, conheci a Ann... Ele voltaria outras vezes ao Brasil - me lembro de uma noite mágica na casa de Marisa Furtado - que produziu o excelente documentário sobre ele, cheio de cenários que se mexiam - onde à guisa de uma entrevista para Bundas passou horas contando histórias.
Bem, agora isto é passado, permanece entre nós seu Espírito e a arte que conferiu ao meio dos quadrinhos. A noção de que poderia ser literatura e vendido inclusive em formato de livros. Pensei em públicar no blog0news coisas dessa entrevista ao Bundas mas as revistas estão em Paquetá e estou no Rio direto trabalhando na arregimentação de obras para o Salão Carioca. Mas assim que voltar para a Ilha vou manusear e começar a reler minha coleção (completa) de histórias do Spirit.