Brasil - Jardim de Guerra - qua10 21:00 dom14 23:00
Rever Jardim de Guerra (68) trinta e tantos anos depois será certamente rasgar uma janela aberta sobre o passado.
Em 1968 eu acreditava que o cinema, ou protestos nas ruas, ou a luta armada, ou dissensões internas, alguma coisa acabaria por derrubar a ditadura. Em 68 eu dizia não ao não e gritava que era proibido proibir. Eu começava no jornalismo e trabalhava num jornal clandestino e andava com uma turma de cineastas mineiros e um deles inclusive que era o Neville DÃ?ÂÃ?´Almeida já tinha percorrido a rota natutal dos mineiros em direção ao Rio e lá fizera seu primeiro longa (este), um libelo contra a ditadura e denuncia contundente contra a tortura e extermínio de brasileiros. Eu namorava a irmã do Neville e acompanhei as guerras da feitura deste Jardim e logo depois veio o AI-5 e levou tudo de roldão e acabaram-se as passeatas e este filme foi proibido e quando me tiraram da prisão nao tinha condições fisicas e nem mentais de namorar ninguem.
Quem estiver eventualmente lendo este texto nao quererá saber disto e sim possivelmente se vale a pena se programar pra ver isto ou não.
A resposta é: não sei. Não sei se envelheceu.
Neville agora é outra coisa, o cinema é outro, eu sou outro.
Mas se o proprio Exército revive arroubos desta época, por que não uma película militante?
Sujeito aceita uma parada de levar uma mala até o cais. A mala contem armas, ele é preso e entra no mundo da tortura e repressão. Ver estes artistas mais novos também pode ser interessante: Carvana, Joel Barcellos, Zózimo, Pitanga, Nelson Xavier, Glauce Rocha, Dina Sfat e até Ezequiel Neves e Nelson Pereira dos Santos. Roteiro do Mautner.