Via IRIS: Deus é Brasileiro - (Cacá Diegues, 2003)
Sendo o dia da Independencia da Pátria decidi ontem pela opção do filme brasileiro, entre tantos na terça à noite, em feriadão. Foi inacreditável! Como é que o cineasta de Bye Bye Brazil ou Chuvas de Verão
- nem falando em Ganga Zumba ou Grande Cidade que isso era outra época - conseguiu realizar uma coisa tão ruim?!
O conto do João Ubaldo tem a sua graça mas este roteiro furado não tem pé nem cabeça e nem boas falas. Taoca é apenas chato (quando poderia ser um Burrico para o Deus-Shrek), a personagem da Madá ficou deslocada das cenas, sumindo e aparecendo inexplicavelmente (ou por explicações forçadas e mal conduzidas)
e Deus... olha, dava pra desenvolver uma otima historia com a ideia de Deus vir à Terra procurar uma Divindade Interina e interagir, favoravel ou desfavoravelmente, com a sua obra. Mas o papo de Deus neste filme é qualquer coisa... Sua rabujice de velho milenar no início é interessante mas nem isto se sustenta.
Nao há coesão nas suas partículas, faltou um Fiat Lux que desse vida à biomassa vagando pelas estratosferas do sertão.
As locações são maravilhosas, de longe a melhor coisa do filme. Aliás, tive a impressão que o filme existe apenas para mostrar as locações.
A trilha sonora também é excelente, como na aparição cantante do Cordel do Fogo Encantado, com uma música e letra ótima
mas aí corta para um close de Antonio Fagundes em mais um de seus solilóquios "reflexivos.... "eles estão cantando que..." atachando uma formulação insossa à canção.
Os últimos filmes de Diegues já vinham ralentando... mas este aqui não faz sentido!