AI DE TI, HAITI
Toda essa historia da Seleção Brasileira ir jogar em Haiti é um equívoco.
As tropas brasileiras estão naquela ilha como forças de intervenção
atendendo a interesses americanos naquela região.
(Ecos de Santo Domingos em 66)
O Império apoiou um bando de vandalos e mercenários para derrubar o presidente legitimamente eleito, Jean Baptiste Aristide
e agora tenta manipular o caos a seu favor
com a ajuda de pseudo-manutedores da paz até bem intencionado como os brasileiros.
A partir de um chiste até ressentido de uma autoridade haitiana
a de que o Brasil ao invés de mandar soldados armados para reprimir o povo
deveria mandar os craques do futebol para alegrar o povo.
Tentam re-editar a epopéia de Pelé quando, indo jogar com o Santos na África, combatentes pararam uma guerra para irem reverenciar seu verdadeiro Rei.
Mas aquilo foi uma reação espontanea, não uma armação planejada.
No espírito dessa re-edição inventaram que insurgentes poderiam trocar armas por ingressos. Felizmente perceberam a merda que isso poderia dar.
Mas a programação segue numa sucessão de trapalhadas.
Dirigentes políticos e esportivos querem aparecer ao máximo em cima de uma partida de futebol num estádio sem as mínimas condições de rolar uma bola e num país sem as mínimas condições de rolar uma sobrevivencia digna.
No estádio deram uma recauchutada.
O país continua o mesmo.
A roubalheira e a corrupção endemica à ilha e aos seus dirigentes sanguessugas manifestam-se até mesmo na grama artificial que recobre a buraqueira do campo. Instalada a um custo de $ 350 mil foi superfaturada no montante de $ 750 mil.
Num país paupérrimo a grama verdinha resultou numa grana verdinha para as cartolas de uns poucos.
Os ingressos são caríssimos e o povão mesmo não vai conseguir entrar no estadiozinho de 13 mil lugares, sobrando-lhe os telões.
Mesmo se atendo à órbita exclusivamente esportiva a festa está sendo problemática. A Seleção, que carece de calendário para reunir e treinar devidamente sua equipe, entra numa pelada que pouco vai lhe testar ou servir de coletivo.
E deixa resultados adversos pois o Parreira putinho decide não convocar para os proximas partidas jogadores como Dida e Cafu (e Kaká) porque o Milan não os liberou (assim como o Bayern como Ze Roberto e Lucio).
Enfim, tá lá o Lula, tudo é festa e o grande suspense da partida não será o placar do jogo mas a torcida para que não aconteça uma merda grande nesta situação explosiva.
Para abrilhantar mais ainda o evento
sugiro que convidem nosso boleiro presidente Lula para atuar ao lado do quase-tão-balofo Ronaldo por alguns instantes. Ou que pelo meno ele dê o ponta-pé inicial.
E ao invés dos hinos Caetano Veloso deveria ter sido convidado para entoar o seu "Haiti".
Reportagem internacional boa sobre tudo isso