É incrivel como as mulheres, por todo o mundo, precisam ainda tanto lutar para serem reconhecidas como iguais aos homens, embora com diferenças.
Nos paises onde os regimes islâmicos cairam no fanatismo fundamentalista
a situacao das mulheres é horripilante.
Causou comocao ao mundo historias da mulheres emburcadas quando interessou à mídia ocidental desmascarar e desacreditar os talibãs do Afganistao. Passaram-se meses, os afegaos foram pro esquecimento, e o regime mudou mas para as afegãs as mudanças foram poucas ou nenhuma.
E na Arãbia Saudita, governada por amigos tão próximos ao americanos e principalmente à família Bush, uma mulher - como no estereótipo - continua valendo menos que um camelo.
É por isso que se reveste de tanta importancia e simbolismo o caso de Rania al-Baz, famosa cantora e apresentadora de TV. Quando seu marido lhe cobriu de porrada, num espancamento que provocou 14 faturas faciais, desfigurando-a ao esmurrar sua cara no chão várias vezes ela nao deixou por menos. Do hospital, botou a boca no mundo e sua cara nos jornais.
Um fato único nesse mundo árabe.
Como ela chegou ao hospital? O marido pensou que tinha matado e levava seu corpo pra desovar numa quebrada. No meio do caminho ela começou a gemer, ele se apavorou, passou no primeiro hospital e jogou o corpo da mulher na calçada em frente.
O marido também é cantor famoso, conhecido como Waad
(alguma semelhança com nossos pagodeiros?).
Esta semana finalmente foi condenado a uma pena relativamente leve:
seis meses de cadeira e 300 chibatadas.
Mas é a primeira vez na terra saudita que um marido é condenado por espancar a esposa.
Porque a vítima era famosa. As demais mulheres sofrem em silencio sem nenhuma minima possibilidade de recurso a expor seus martírios.
Martírios pelas quais passam também milhares de brasileiras.