DONA MARINA, CENSORA
SOZINHA COM SEU CACHORRO CEGO.
Outra matéria interessante da série Olhares sobre 64
(vide post abaixo)
retrata a famigerada Marina de A. Brum Duarte
nome que nos anos 70 nos atazanava no seu papel de censora da Polícia Federal.
Na reportagem tenta se passar por censora light, uma déspota iluminista. Não consegue entender porque Chico Buarque nem falou com ela quando se encontraram por acaso numa cerimônia de casamento.
(Vocês de agora não calculam a angústia de criadores como Chico nos anos 60-70 ao serem capados e calados...)
O texto - que não consegui identificar como sendo de Denise Assis ou de Hilka Telles - termina com a imagem de Dona Marina triste por não ter tido filhos e recorrendo à companhia dos milhares de livros que adquiriu na livraria Leonardo da Vinci.
Ainda bem que Marina Brum Duarte conseguiu comprar milhares de livros na Da Vinci. Me lembro de época que as pessoas não conseguiam comprar livros lá porque eles eram censurados. Ou dos livros cuja importação era proibida. Me lembro também que a Livraria Leonardo da Vinci foi destruída pelos amiguinhos de Dona Marina, seus correligionários de pensamentos (ou ausência de). E Dona Wanna dona da livaria muito teve que penar para reconstruir aquele santuário do saber e um dia voltar a vender milhares de outros livros para Dona Marina usufruir na solidão de sua velhice inarrependente.