E ASSIM SE PASSARAM QUARENTA ANOS
Ontem, 40 anos do Comício da Central.
O povo se empolgava com seu porvir.
Outros, viam ali o início do fim.
Viveremos agora sequencias de reminiscências sobre o golpe de 31 de março de 1964.
Uma boa série está sendo o Olhares Sobre 64 publicado aos domingos no JB.
Velhos personagens ressurgem neste texto qual fantasmas zumbis pesadelos.ve
Que tempos vivemos.
E, em grande parte por causa daqueles tempos,
que tempos vivemos agora.
Neste domingo, temos Jarbas Passarinho defendendo o imperativo de se adotar o AI-5, a lei de exceção que fudeu com este país e com a sua gente. (E assinando o artigo como "escritor"!)
É duro ter que aturar isto. Ler que até 1968, o governo mantinha intocadas as liberdades individuais. Ué, tinha sumido a ditadura: Vá contar isso pros cassados, exilados, presos, assassinados!
Ler que A imprensa, livre, e os direitos individuais assegurados, caminhava o país para o restabelecimento da democracia plena. Até parece! E vejam que Passarinho não apenas re-escreveu e prescreveu a ditadura, colocou em seu lugar as sementes não só de uma democracia mas de uma democracia plena!!
Mas aí os comunistas malvadinhos que nunca toparam democratas como Passarinho se comportaram de maneira deselegante e os milicos guardiães da plena democracia não tiveram outra opção a não ser, muito a contragosto, acionar o AI-5 e destruir o país.
Mas tudo bem, conclui Passarinho, foi a opção certa, senão hoje seríamos uma Colômbia, que preferiu manter as liberdades individuais e continua enfrentando guerrilhas comunistas (Farc = comunistas? Liberdade=guerrilhas???).
Vá lá no Complexo do Alemão e diga que não viramos uma espécie de Colômbia!
Eu e a História preferimos pensar que foi uma opção errada, maligna, e na falta dela - e tudo que trouxe - não seriamos colômbia mas um Brasil.
Não esta merda de nação arrasada que nem merece às vezes ter esse nome.