CÓRREGO DAS PIABAS
No início da noite cochilei um pouco e sonhei com o Córrego das Piabas.
Ora da largura de um rio, ora um riachinho, muitos anos meus giraram em torno desse córrego. Pelas suas margens eu brincava e vivia
e a água correndo por ele levava o tempo
o tempo esplendoroso da infancia.
Embora em direção a rios maiores.
O Córrego das Piabas cortava de uma ponta à outra a extensão dos domínios que eu considerava "a minha terra", o lugar onde eu habitava, que eu preenchia com mapas e mapas como um cartógrafo dos segredos.
Este sim é um bom projeto para um blog meu:
vou tentar refazer um mapa dos meandros do Córrego das Piabas
e escrever sobre seus diversos trechos
suas várias personificações e utilidades.
Piabas, por exemplo, não havia nele
pelo menos na parte que corria por minha terra.
Depois, sim, quando continuava mata adentro
nos trechos de árvores fechadas
em grotões e poças sombrias onde gente não passava
e as colonias de piabas piavam.
Piavam que requebravam morena