TODO SUPERHOMEM TEM A SUA KRYPTONITA
Os acontecimentos no Iraque demonstram que os artífices dessa invasão acreditaram na sua própria propaganda.
Não era nem propaganda mas uma visão do mundo inerente aos americanos.
Eles acreditaram realmente que bastava ir aos ímpios com um punhado de homens e uma coleção de brinquedos impressionantes
e tacar muitas bombas chocantes e pavorosos
que o inimigo deporia as armas e os receberia nas ruas cantando e os cobrindo de flores.
Afinal, os americanos são um povo tão bacana
todos os outros povos do mundo tem tanta inveja deles
- foi o que Bush disse, após o atentado ao WTC, que os árabes tinham é inveja da democracia e do bem-estar americanos -
que ninguem teria coragem de atacar pessoas tão boazinhas e que vem carregadas de presentes legais
(isso para os xiitas do interior)
ou teriam tanto medo de um povo tão fodão e poderoso que se entregariam imediatamente
(no caso dos bagdalis).
Acontece muito com os mentirosos. Acabam acreditando nas suas fantasias.
Agora pediram um intervalo tecnico na partida e estão mudando todo a tática para o jogo.
Estão percebendo que, mesmo para os americanos, o buraco pode ser mais embaixo.
A COISA TÁ HUSSEIN NO IRAQUE
Outro ponto onde o Império calculou mal foi em sua percepção de Saddam Hussein como um ignorante fanfarrão do deserto, içado ao poder através da força bruta.
Não prestaram atenção aos relatórios de quem conhece Hussein como um eficiente estrategista e o maior líder do mundo árabe. Um homem impulsivo, sim, brutal, mas também astuto e paciente.
Ele e o Iraque se tubularam na guerra de 91, mas porque os EUA , seu amiguinho, lhe passou uma rasteira, dando a entender que tudo bem ele invadir o Kuwait e depois caindo de pau. Para esta guerra tem se preparado há anos e está pronto para tudo.
O interessante é que ele está jogando para a posteridade e não por resultados imediatos.
E contrariando os prognósticos, tem se atido fielmente à sua estratégia de vítima.
Não fez uso das armas químicas (até agora), desmoralizando a principal razão de ser desta invasão.
Não pos em ação nem os mísseis SCUD, que desmentira que tinha.
Não envolveu Israel na disputa nem tem cometido atos deliberados de muita agressão.
Está na defensiva, onde esperar minar o ataque até que sua imagem de vítima,
somados às imagens das vítimas reais, acabem por lhe dar razão nessa contenda.