Existe algo doentio, obsceno, sobre essas visitas a hospitais. Nós bombardeamos. Eles sofrem. Aí aparecemos e fotografamos suas crianças feridas. O ministro da saúde iraquiano decide realizar uma coletiva insuportável no corredor para enfatizar a natureza "bestial" do ataque americano. Os americanos dizem que não é sua intenção machucar crianças. E Doha Suheil olha para mim e para os médicos buscando consolo, como se ela fosse acordar desse pesadelo e movimentar sua perna esquerda e não sentir mais dor.
Então vamos esquecer, por um momento, a propaganda barata do regime e a moralização igualmente barata dos srs Runsfield e Bush, e dar uma volta pelo Hospital Universitário Al-Mustansaniya. Pois a realidade da guerra por fim não é sobre vitória ou derrota militar, nem sobre as mentiras quanto às "forças da coalização" que nossos jornalistas "embutidos" agora estão traficando numa invasão envolvendo apenas os americanos, os britânicos e um punhado de australianos. Uma guerra, mesmo quanto tem legitimidade internacional - o que esta não tem - é primordialmente sobre o sofrimento.
- Robert Fisk
"Esta é a realidade da guerra. Nós bombardeamos. Eles sofrem".
"Esta é a realidade da guerra. Nós bombardeamos. Eles sofrem".