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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)


  • quarta-feira, novembro 20, 2002

    FLASHBACK

    Acordei cedo, o dia raiando, depois liguei a TV, sou saudado pela voz de galvão bueno e vejo um campo de futebol, closes em torcedores orientais = deslocamento de tempo. Voltei para junho de 2002.

    A sorte agora é ser uma partida sem aquela carga de tensão, não sabendo se nossa seleção ia ou ficava, a noite sem dormir preocupado e ansioso... Brasil x Correria do Sul, a final que poderia ter sido - ou, mais provável, a disputa do terceiro lugar que ficou para outros - era um amistoso.

    O azar é ser um amistoso. E se os jogadores se empenharam em disputar até o fim, mesmo empatados de 2 x 2, nosso Galvão passeou em campo. Ele e sua equipe. A narração do jogo foi um mero detalhe do qual eventualmente se lembravam enquanto batiam um papo mais desinteressante que mesa redonda no meio da madrugada.
    A longa história do 13 de Zagallo no momento em que o jogo estava mais quente... o goleiro da Corrreria foi substituído e ninguem mencionou o fato pois Galvão estava ocupadíssimo numa dissertação oba-oba e auto-congratulatória sobre sua cobertura da ex-Copa...

    No mais, Zagallo manteve sua tradicional teimosia não substituindo ninguem mesmo sendo amistoso. E a destacar o peito do juiz chinês marcando um penalti (claro, por sinal) aos 47 do segundo tempo contra o time da casa, quando o empate deixaria a todos felizes. Deve ter sido um equilíbrio kármico após tanta roubalheira a favor da Correria na Copa.

    O futebol foi até bonito e essa deveria ter sido a verdadeira comemoração pela penta, não aquele caça-níqueis-e-votos vergonhoso em Fortaleza. E uma bonita "despedida" para Zagallo, chato, ranheta, sortudo, que tanto nos irritou e que tanto xingamos, o Forrest Gump do futebol brasileiro (segundo Beto Silva) e que no final da vida desenvolveu essa alegria infantil, e deixa sobretudo como lembrança a paixão profunda pelo futebol.
    Tivemos que engolir.

    ps: a viagem numerologística do caricato Bueno foi tão longe que ele pediu pra Beletti bater o pênalti decisivo - porque era o número 13.

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