Lula - ou seus assessores - precisam aprender a dosar certas coisas. Está certo que precisam atender à imprensa e não se pode melindrar a Globo, um dos superpoderes do país.
Mas foi demais uma entrevista exclusiva para a Globo naquele momento oficioso, na confirmação da eleição de Lula para presidente.
Lula estava visivelmente cansado. Ofegava - limpava o suor da testa com os dedos e examinava o resultado. Mais importante era ter ido logo ao encontro do povo, que o aguardava na Avenida, e mais importante tinha sido seu pronunciamento coletivo, verdadeiramente carregado de emoção, e não a encenação forçada do Fantástico.
Porque nao foi propriamente uma entrevista - no seu afã de transformar tudo no show da vida, a TV sugou Lula para um melodrama cuja intenção básica, me parece, era ter imagens de Lula indo às lágrimas. A morte da mãe, o carcereiro amigo, as lembranças do passado...