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    quinta-feira, novembro 13, 2025

     

     Mehran Karimi Nasseri exibe seu documento iraniano. Complicações com a imigração o mantiveram retido no aeroporto de Paris por anos

    Entre bancos e esteiras de bagagem, um homem transformou o Terminal 1 do Aeroporto Charles de Gaulle, próximo a Paris, em lar por quase 20 anos. Mehran Karimi Nasseri, conhecido como Sir Alfred, despertou a atenção de viajantes e da imprensa internacional, tornando-se uma figura lendária do espaço comum dos aeroportos.


    A saga de Nasseri começou com uma busca por asilo político na Bélgica, que se complicou após a perda — ou entrega voluntária — de seus documentos de refugiado. Sua vida já carregava traumas: após a morte do pai, em 1972, descobriu ser considerado ilegítimo e deixou o Irã para estudar na Inglaterra. Retornou em meio a protestos contra o Xá e foi preso, torturado e privado da cidadania pelo SAVAK.

    A Bélgica concedeu-lhe o status de refugiado em 1981, mas problemas burocráticos e legais o levaram à França, onde, em 1988, ficou retido no aeroporto. Sem documentos válidos, não podia sair, e o país não podia deportá-lo. Assim, o terminal se tornou seu único lar, enquanto funcionários e transeuntes lhe forneciam alimentos e apoio.

    Rotina e notoriedade

    Apesar das condições, Nasseri manteve disciplina e dignidade: roupas limpas, bigode aparado, bagagem organizada. Sua rotina era rigorosa, com refeições fixas, e a fama cresceu a ponto de turistas se aproximarem do banco vermelho que chamava de “casa”. Cineastas, como Paul Berczeller, documentaram sua vida, e ele colaborava com a imprensa, recebendo informações e até ajuda financeira.

    A batalha judicial acompanhava sua rotina: seu advogado, Christian Bourget, lutou por anos para regularizar sua situação. A França reconheceu que não podia deportá-lo, mas não concedeu visto de entrada, enquanto a Bélgica condicionava a devolução dos documentos à supervisão social. Nasseri recusou qualquer alternativa que não fosse o Reino Unido, permanecendo no aeroporto.

    Legado cultural

    O caso de Sir Alfred inspirou narrativas ficcionais, incluindo o filme O Terminal (2004), de Steven Spielberg, estrelado por Tom Hanks. Mesmo após receber um visto temporário em 1999, recusou-se a deixar o terminal, seu refúgio construído em meio a anos de incerteza.

    A situação só mudou em 2006, quando problemas de saúde o obrigaram a sair do aeroporto para atendimento médico. Posteriormente, viveu em hotel e, a partir de 2007, em um abrigo em Paris.

    Sir Alfred faleceu em 12 de novembro de 2022, aos 77 anos, após retornar ao Charles de Gaulle. Ali, entre esteiras de bagagem e o banco vermelho, encerrou uma vida marcada por burocracia, resistência e dignidade.

     

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